Tropeiro, ovo frito, lombo, cachaça e arte gráfica,
Encontro de artistas em Itabira, seguirá tendência que começou em SP e se espalhou pelo país
Marcelo Procopio
Em agosto passado um repórter da revista Encontro, aqui de BH, liga para saber minha opinião sobre o 1° BHHumor – Salão Internacional de Humor Gráfico: “alta qualidade, obras do país todo e do mundo”, fui falando.
Quis saber mais:
- “Minas é o maior celeiro de cartunistas. Numa seleção, haveria 11 mineiros titulares?”.
Respondi direto: “Não acho, o Brasil é o celeiro. Numa seleção de 11, colocaria três ou quatro mineiros”. Discorri sobre realidade e potencial da arte gráfica no Brasil e no mundo.
Não saiu uma linha. Não era a resposta que o repórter ou a revista queriam.
Aí converso, agora em junho, com o cartunista/ilustrador Laz Muniz (todo cartunista é ilustrador, alguns artistas gráficos são plásticos e nem todo fazem humor: todos são desenhistas).Conta que em Itabira estão criando o Tropeirão Ilustrado: ele e Pablo Rocha.
Isto faz parte de uma onda que começou há quatro anos em SP, o Bistecão Ilustrado, que seguiu com Costelão Ilustrado em Curitiba, o Rabiscão de Brasília, Berbigão de Florianópolis,Trem Bão de BH, Baião Ilustrado de Fortaleza e o do Rio.
O Tropeirão segue a mesma linha: encontro de ilustradores. desenhistas e aficcionados, não apenas cartunistas.
Diz o Laz:
“A ideia é um encontrão mesmo, onde artistas se reúnem pra trocar experiências, informação, discutir direitos autorais, caminhos, ensinar a quem quiser, mostrar, fazer contato, exibir, aprender. A gente vai usar os forros de mesa pra desenhar, depois viram livretinhos pra distribuir nos próximos encontros.”
Começa entre agosto e setembro e será bimestral. Convidará ilustradores de BH e outras cidades. Lançará revistas, como a Graffiti e Arroz Integral. Ah, e convidará também a melhor 'tropeirista' do Matto-Dentro, cozinheira de mão cheia de Ipoema.
Porque tudo é regado a desenho, conversa, cerveja e tropeiro. Imperdível.
Hora do patrocínio. Não o santo. O do município e empresários. Alô, FCCDA, olhai mais uma iniciativa vindo de fora da política oficial.
Se ninguém ouvir, o Tropeirão sai assim mesmo. A cada dois meses num lugar. Num bar.
Saiba mais em http://tropeirao.blogspot.com/
(e em http://costelaoilustrado.blogspot.com/ ) - para saber sobre os outros encontrões.
PS
Manifesto pela cultura itabirana
Não só ilustradores se mobilizam em Itabira. Pessoal ligado à cultura está se reunindo (Mauro Moura à frente) e já lançou um Manifesto pela Cultura. Querem uma política cultural para a cidade. O que nunca existiu. Querem respostas da FCCDA e da Prefeitura. Estão fazendo a parte deles. Mais, depois, neste Cometa de papel e no cometaon.blogspot.com. Parece que a coisa anda mal, ou melhor: não anda na Itabira oficial. Leia também em http://www.lestemais.com.br
Aê, Cometa Itabirano!
ResponderExcluirO que a cidade precisa é de apetite cultural, pois, parafraseando o mestre Ian Guest, "quem se contenta com o pálido e minguado tira-gosto cultural que nos é oferecido pela FCCDA (num evento anual de 15 dias...) não tem olhos, paladar e ouvidos para o banquete cultural que a terra de Drummond merece"...
Abração!